Três mitos sobre o fuzil Kalashnikov

Reuters
No final da década de 1940, o projetista Mikhaíl Kaláshnikov criou o fuzil de assalto mais famoso do mundo, que mais tarde se tornou não apenas o símbolo do Exército Vermelho, mas também de todo o país e de algumas revoluções internacionais.

O mundo tem hoje nada menos que 100 milhões de fuzis Kalashnikov. O Russia Beyond compilou os três mitos mais populares sobre a arma russo-soviética:

Kalashinkov é criação de uma pessoa só?

Kalashnikov trabalha no lendário AK-47.

Na verdade, não é bem assim. No início da década de 1940, especialistas em armas europeus e norte-americanos criaram uma nova classe de armas: os fuzis de assalto com modo de fogo automático. Essas novas armas mudaram drasticamente a cara das guerras e substituíram quase todas as espingardas e carabinas existentes.

Na URSS, a primeira versão do que futuramente seria um fuzil automático surgiu em 1943. Era o rifle de assalto AS-44, projetado por Aleksêi Sudaiev, que venceu um concurso de armamentos realizado em 1944. Mas, antes de colocar a arma em uso, decidiu-se que era preciso aprimorá-la.

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, Mikhail Kalashnikov aprimorou e modernizou o AS-44, que foi batizado de AK-47. A versão inicial da arma tinha problemas ligados à durabilidade, confiabilidade e precisão.

Mesmo após a modernização, o AK ainda estava abaixo de seus concorrentes da Otan em termos da precisão, mas tinha maior poder destrutivo, uma confiabilidade incrivelmente alta e era capaz de disparar na lama, na água, na areia e na neve.

Durante os 12 anos que se seguiram, Mikhaíl Kaláshnikov, trabalhou como projetista-chefe de uma grande equipe de engenheiros que desenvolveu a ideia de Sudaiev de 1943. O AK surgiu graças aos esforços de muitos especialistas, inclusive alemães, provenientes do escritório de Schmeisser.

O AK é um armamento único em seu gênero

Em meados dos anos 1950, cientistas dinamarqueses mostraram "seu próprio AK-47" que seria o principal fuzil de assalto da Otan. A arma chamava-se Madsen LAR e tinha um princípio de funcionamento semelhante ao do AK, baseado na energia dos gases. O fuzil foi criado para disparar balas de calibre 7,62x39 mm, muito parecidas com as balas do AK.

Contudo, o fuzil perdeu a competição pelo direito de se tornar a principal arma dos soldados da Otan. Os comandantes da Aliança escolheram o FN FAL belga e Heckler & Koch G3 alemão.

Hoje, o único Madsen Lar pode ser encontrado no Museu Real do Arsenal Dinamarquês, em Copenhague.

Os militares russos usam somente Kalashnikovs

Policial das Forças Especiais russas com um fuzil Kalashnikov AK-47.

Até as versões mais modernas do AK têm diversas desvantagens em relação aos fuzis de produção norte-americana e alemã.

Segundo um oficial das Forças Especiais da Rússia entrevistado pelo Russia Beyond e que não quis ser identificado, além dos AKs, todos os soldados de sua unidade têm AR-15 e M4 americanos, além de H&K 416 e H&K 417 alemães usados para combates urbano.

A principal vantagem é que os fuzis norte-americanos e alemães têm muito mais acessórios táticos, que tornam o trabalho mais confortável. Entre eles estão diversos tipos de miras óticas - de visão noturna, térmica, colimadora, silenciadores, lanternas ou marcadores infravermelhos.


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