O governo dos Estados Unidos continua promovendo a venda dos mais recentes mísseis ar-superfície do país, o AGM-84H/K SLAM-ER, para Taiwan, que pode se tornar vital em um potencial conflito com a China.
Enquanto isso, Pequim conta com o sistema de defesa aérea S-400 Triumf da Rússia para defender seu território. Mas será o S-400 capaz de proteger a China de um ataque massivo envolvendo os novos mísseis americanos fabricados pela Boeing?
Sim e não
Moscou vendeu a Pequim duas baterias de sistemas de defesa aérea S-400 Triumf em 2017 e entregou o primeiro lote de armas um ano depois. Cada bateria contém quatro lançadores armados com quatro mísseis (total de 16 antimísseis por bateria), capazes de derrubar caças de quinta geração e mísseis de cruzeiro a um alcance de 200 km.
A munição de reserva também deve ser levada em consideração. O contrato incluiu ainda diversos veículos de carregamento de transporte, estações de radar, um posto de comando e vários veículos de apoio.
F/A-18C Hornet
Marinha dos Estados UnidosO sistema de defesa aérea S-400 foi criado para conter todos os tipos de ameaças aéreas modernas, incluindo jatos de quinta geração, bombardeiros, mísseis balísticos intercontinentais, ataques massivos com mísseis e assim por diante.
Segundo o professor Vadim Kozulin, da Academia de Ciências Militares, o S-400 será “definitivamente capaz de derrubar mísseis AGM-84H/K SLAM-ER adaptados para caças F-16” que os EUA já venderam para Taiwan.
Mas existem nuances importantes
“Atualmente, é como ler a borra de café. Esses sistemas de defesa aérea têm como objetivo derrubar todos os alvos aéreos em um raio de 200 quilômetros. Mas será que as Forças Aéreas estrangeiras enviarão seus aviões ou mísseis sobre sua zona de controle?” questiona Kozulin.
O especialista relembra que os EUA construíram uma rota de voo para seus ataques de mísseis de cruzeiro Tomahawk durante ataque à base militar de Shayrat, na Síria, ao redor da zona de controle do S-400 Triumph russo, situada na região.
“Os ataques foram realizados contornando a zona de cobertura da defesa aérea. Caso contrário, até 95% de seus projéteis multimilionários teriam sido abatidos”, diz.
Segundo Kozulin, é incorreto levar em consideração apenas as características e possibilidades táticas das armas, excluindo tanto fatores humanos quanto táticos.
“Todo ataque é considerado com base nas condições de cada cenário da operação militar, as defesas dos inimigos e seus arsenais. Sim, a China não tem todo o seu território coberto contra ataques aéreos com sistemas de defesa aérea, mas as Forças Aéreas de Taiwan também não têm possibilidade de atacar por todas as direções.”
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