Tolstói aos 80 anos de idade.
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Contar carneirinhos não está rolando e você quer se dedicar à leitura antes de dormir? Então cheque esta lista de dicas compilada por ninguém menos que o conde Lev Tolstói! Mas não se ofenda se, aos 35, você não for capaz de devorar “A Odisseia” em grego ou, aos 50, “O Livro da Gênesis” em hebraico!
Quando Lev Tolstói se deparou com a lista de John Lubbock dos 100 maiores livros do mundo, publicada em 1891 na revista Pall Mall Budget, ele não ficou nada feliz - e até ficou bravo.
Assim, ele decidiu compilar sua própria lista dos 100 livros cuja leitura era obrigatória, mas percebeu ser esta uma tarefa impossível. Em uma carta ao editor Mikhail Lederle, porém, ele enviou uma lista dos 45 livros que mais o impressionaram.
O rol tinha uma variedade de livros, desde tomos religiosos e obras filosóficas gregas e chinesas antigas até poesia russa e romances pouco conhecidos. Checamos a lista de Tolstói e escolhemos os exemplos mais interessantes - e possíveis de se adquirir - que o grande conde de Iásnaia Poliana tinha em alta conta.
Infância e pré-adolescência (até os 14 anos)
- “O Velho Testamento. Livro Gênesis” – na realidade, Tolstói o chamava de “A história de José da Bíblia”.
- “As mil e uma noites” (especialmente “Ali Babá e os 40 Ladrões” e “Conto de Kamar al-Zaman”).
- “O Evangelho segundo Mateus: sermão do monte” – trecho do Evangelho com ditos e ensinamentos escolhidos de Jesus.
- “Confissões”, de Jean-Jacques Rousseau.
- “Evguêni Onéguin”, romance em versos do poeta russo Aleksandr Púchkin.
- “Os bandoleiros”, do dramaturgo alemão Friedrich Schiller.
- Diversos livros de Nikolai Gógol, entre eles, o conto de terror "Viy" (em português, também intitulada "O Bruxo Víi"), “O Capote”, “Avenida Niévski” e, claro, sua obra mais famosa, “Almas Mortas”.
- “David Copperfield”, romance clássico do escritor inglês Charles Dickens.
- “O herói do nosso tempo”, romance do escritor russo Mikhaíl Lérmontov.
Dos 20 aos 35 anos
- “Hermann e Doroteia”, épico em versos do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe.
- “O Corcunda de Notre Dame”, romance aclamado do escritor francês Victor Hugo.
- “A Odisseia” e “A Ilíada”, de Homero (traduzidos).
Dos 35 aos 50 anos
- “A Odisseia” e “A Ilíada”, de Homero (em grego).
- “Os miseráveis”, outro romance histórico de Victor Hugo’
- “As Crônicas de Barsetshire” (em português, publicado em diversos volumes, como "o Guardião", "As torres de Barchester", "Dr. Thorne" etc.), de Anthony Trollope
- Romances da escritora inglesa senhora Henry Wood (presumimos que Tolstói indicasse principalmente “O Pecado de Lady Isabel”.
- Romances de George Eliot (Tolstói, que ficou furioso com John Lubbock por listar autores, e não obra específicas, faz o mesmo aqui...).
Dos 50 aos 63 anos
- Todos os Evangelhos em grego (por que não, não é mesmo, minha gente culta?).
- “Livro da Gênesis” em hebraico (nossa, você ainda não fala grego e hebraico? Tolstói não ficaria nada feliz com isto!).
- “Progresso e Pobreza”, livro de não ficção do economista norte-americano Henry George.
- “Pensamentos”, de Blaise Pascal.
- Epiteto – provavelmente, qualquer coisa escrita por este antigo filósofo grego estoico.
- Confúcio – provavelmente, “Analectos” e o posterior “Mêncio”.
- “Os Grandes Iniciados”, de Édouard Schuré (a parte sobre Buda influenciou fortemente Tolstói, e após lê-la ele começou a juntar livros sobre Buda e escreveu um ensaio próprio, O Buda).
- “Dao de Jing”, de Laozi (Tolstói foi um dos primeiros tradutores de Laozi para o russo).
Agora que você sabe quem o conde mais amado da literatura russa levava em alta conta, que tal descobrir os autores que ele mais odiava? Então leia “3 mestres da literatura detestados por Tolstói”.
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