“Tchevengur”, do escritor soviético Andrei Platônov (1919-1951), terá seu lançamento no Brasil coroado por evento, no dia 27 de novembro, na Casa das Rosas, em São Paulo.
Uma das mais importantes obras da literatura russa do século 20, o livro sai pela editora “Ars et Vita” 70 anos após a morte do autor.
Andrei Platônov.
Maria Andreevna Platonova“Tchevengur” é o único romance finalizado do autor soviético Andrei Platônov, e discute dialeticamente a utopia soviética comunista: nos anos 1920, Aleksandr Dvánov, filho de um suicida, e Stepán Kopienkin, acompanhado por seu rocim Força Proletária, erram pela estepe russa em busca do éden comunista e acabam em uma cidade alucinante, Tchevengur, onde seres humanos belos e possessos concebem o inconcebível paraíso.
O livro, que de início foi batizado de “Construtores da Primavera”, projeta quixotescamente um mundo possível, beirando por vezes o absurdo ao expressar as ideias “ultrarrevolucionárias” das personagens, cujas contradições são expressas na própria língua, ou nas várias línguas que povoam a paisagem platonoviana.
“Tchevengur” foi escrito entre 1927 e 1929, e só foi publicado integralmente na Rússia soviética em 1988. Desde então, ele é apontado como o auge da produção de Andrei Platônov, o qual, munido de uma linguagem paródico-poética e, ao mesmo tempo, devastadora, ocupa posição única na literatura russa.
O autor é levado em alta conta pelo filósofo esloveno Slavoj Zizek, por exemplo. “Platônov é o maior escritor russo-soviético do século 20. Ele viu a aterrorizante dimensão niilista mesmo antes do stalinismo”, escreveu.
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