Nos primeiros dez meses de 2021, as exportações russas subiram 42,8%, em comparação com o mesmo período do ano anterior, e somaram US$ 388,4 bilhões, de acordo com o Serviço Federal de Alfândega da Rússia. Esse crescimento se deve aos baixos resultados econômicos de 2020, ao aumento da inflação e à recuperação econômica da Rússia.
Os principais parceiros comerciais da Rússia são países não pertencentes à CEI (Comunidade dos Estados Independentes). Assim, países que não fizeram parte da ex-União Soviética foram responsáveis pela aquisição de 81% de todas as exportações russas em 2021.
Os cinco principais parceiros econômicos da Rússia em 2021 foram: China, com um volume de negócios de US$ 112,4 bilhões; Alemanha, com US$ 46,1 bilhões; Holanda, com US$ 37 bilhões; Estados Unidos, com US$ 28,8 bilhões; e Turquia, com US$ 25,7 bilhões.
A maior parte da balança comercial russa de exportação foi composta por combustíveis, produtos energéticos, metais e produtos químicos.
Os países da ex-União Soviética foram responsáveis por apenas 13% do total de exportações russas. A Bielorrússia e o Cazaquistão continuam sendo os principais parceiros da Rússia nessa lista, com um volume de negócios de US$ 13,4 bilhões e US $ 11,4 bilhões, respectivamente.
Energia
Vagões-tanque para transporte de petróleo e combustível na estação de carga ferroviária de Ianitchkino, em Kotelniki, Região de Moscou.
Evguêni Odinokov/SputnikMais da metade das exportações da Rússia (53,8%) são tradicionalmente combustíveis e produtos energéticos. Nos primeiros dez meses de 2021, esse setor demonstrou crescimento significativo: o valor dessas exportações subiu 51%, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O maior crescimento, porém, foi registrado na exportação de eletricidade, que subiu 92% em 2021.
Metais
Colheitadeiras durante a colheita do trigo em Riazan.
Aleksandr Riúmin/TASSOs metais e produtos metálicos representaram 11,2% das exportações russas. A porcentagem em capital das exportações de metais subiu 87%, enquanto o volume delas aumentou apenas 13%. Essa grande diferença entre valor e volume se deve principalmente ao acentuado crescimento nos preços dos metais no início de 2020.
A Rússia é o quinto maior produtor de aço do mundo, de acordo com a World Metallurgical Association (Associação Metalúrgica Mundial). Segundo as estimativas da instituição, o consumo de aço no mundo terá crescido 4,5% em 2021, e a tendência deve se estender por 2022.
O Serviço Federal de Alfândega registrou uma queda de 19,6% no fornecimento de cobre e de ligas de cobre e de 52,5% no níquel não processado. A queda se deve à recessão industrial na China, um dos principais importadores de cobre, e a suas intenções de utilizar suas próprias reservas para substituir as importações.
Química
O carro elétrico GAZelle e-NN na Exposição Industrial Internacional Innoprom-2021, em Iekaterinburgo.
Pável Lissítsin/SputnikA participação dos produtos químicos na estrutura das exportações russas é de 7,6% (7,3% em 2020). Com um aumento de 4,6% no volume de exportações, e de 48,6% no valor delas, o setor totalizou os US$ 29,3 bilhões em vendas ao exterior.
Alimentos
A participação das exportações de produtos alimentícios e de matérias-primas para sua produção foi de 7,2% nos dez primeiros meses do ano. Em termos de valor, as exportações cresceram 21,1%, enquanto os volumes físicos diminuíram 8,1%. Os principais compradores de produtos alimentícios russos são os países da União Europeia, Turquia e China.
Os grãos continuam sendo a commodity mais importante no setor, compondo quase 30% do total de exportações alimentícias russas.
Há anos a Rússia também vive um aumento contínuo das exportações de vodca. A participação da vodca russa nas exportações mundiais é de apenas cerca de 7% — a Suécia e a França encabeçam a lista dos líderes mundiais na exportação do produto.
Nos primeiros dez meses de 2021, porém, a Rússia exportou 1,859 bilhão de decalitros de vodca — ou seja, 5,6% a mais que em 2020. Em termos monetários, as exportações da tradicional bebida alcoólica russa subiu 12,3%, chegando aos US$ 127,7 milhões.
Equipamentos elétricos e mecânicos
As vendas de máquinas e equipamentos elétricos e mecânicos compuseram 6,3% do total de exportações russas. Em comparação com 2020, em termos monetários, essas exportações subiram 29,3%.
O Serviço Federal de Alfândega registrou um salto nas exportações de carros, que aumentaram 42,3% e totalizaram US$ 1,16 bilhão. O número de caminhões vendidos para o exterior aumentou 11,5%, e seu valor total alcançou os US$ 272,6 milhões. As exportações desse segmento crescem principalmente devido aos baixos resultados de 2020, quando as exportações caíram mais de 33%.
Madeira
A madeira e os produtos de celulose e papel correspondem a 3,6% das exportações totais da Rússia em 2021. Em termos monetários, as exportações cresceram 37,7%, principalmente devido ao drástico aumento dos preços, enquanto o volume físico permaneceu no mesmo nível.
Exportações secretas para países da Otan
Carregamento de veículos blindados e pessoal da 15ª Brigada de Manutenção da Paz no aeródromo de Ulianovsk-Vostotchni para posterior entrega à Armênia.
Ministério da Defesa da Rússia/SputnikSegundo o Serviço Federal de Alfândega, entre janeiro e setembro de 2021, cresceram significativamente as exportações de mercadorias de categorias secretas — que incluem armamentos, aeronaves militares e materiais radioativos e são codificadas como "SSSS" pelo serviço alfandegário russo.
As exportações de bens dessa categoria totalizaram US$ 8,1 bilhões. Pelo segundo ano consecutivo, o principal comprador continua sendo a Argélia (US$ 985 milhões). A China e a Índia também estão, tradicionalmente, entre os dez primeiros clientes, mas, neste ano, muitos países da Otan entraram para a lista: Estados Unidos, República Tcheca, Alemanha, Reino Unido, Estônia, Holanda, China, Índia e Emirados Árabes Unidos.
De acordo com o jornal econômico russo RBC, nessa lista se incluem principalmente elementos químicos e isótopos radioativos (entre eles, urânio enriquecido para centrais nucleares), e munições para armas civis.
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