Esse tipo de fraude é comum em vários países e, embora seja bastante simples, muitas pessoas, especialmente idosos, acabam sendo vítimas. Trapaceiros enviam uma mensagem como se fossem do banco alegando que tanto seu cartão como sua conta estão bloqueados devido a algum erro. Para resolver a questão, eles deixam um número de contato. Ao ligar, pensando que se trata de alguém de alguém do banco, as pessoas acabam repassando o máximo de informações possível (número do cartão, códigos de segurança e etc.) – posteriormente usadas para acessar a conta e roubar dinheiro. Uma coisa, porém, é fato na Rússia: os funcionários de banco jamais pedem códigos de segurança ou senhas bancárias por telefone. E, se algo suspeito acontecer com sua conta, confira o número de contato no site oficial da instituição financeira.
Há diversos escritórios de advocacia na Rússia com péssima reputação. Advogados em tais empresas não se preocupam com o sucesso de seus clientes; em vez disso, eles prometem vencer qualquer tipo de caso, ainda que as chances sejam mínimas.
Em uma reportagem publicada no site russo Life, duas dessas empresas concordaram em representar seu funcionário no tribunal, considerando o caso como “ganho”. No entanto, era óbvio que quase não havia chance de vitória, e, ainda assim, os escritórios insistiram no pagamento antecipado (o que não foi feito por se tratar de um teste).
“Essas pessoas são verdadeiros criminosos, embora, legalmente, eles só possam ser punidos pela má prestação de serviços”, disse o advogado Ivan Fruslov ao Life. Ainda segundo Fruslov, muitos funcionários em empresas do tipo nem sequer têm diploma.
Se um escritório de advocacia lhe oferecer uma consulta gratuita, tenha cuidado – geralmente, eles só querem dar esperança na tentativa de extorqui-lo.
Às vezes, criminosos também apelam para os sentimentos na hora de cometer pequenos delitos. A tradutor peterburguense Aliona Vitokhina, de 28 anos, passou por uma experiência desse tipo. Fingindo ser um cidadão russo, Serguêi afirmou que estava morando na Alemanha, mas vivia solitário e sentia muita falta não só de seu país, como de amar alguém. Ambos trocaram mensagens de textos por semana até que Serguêi inventou que seu quarto de hotel havia sido invadido, e seu dinheiro, roubado. Foi então que o suposto russo implorou a Aliona para emprestar-lhe 8.000 rublos (R$ 440) o mais rápido possível, alegando que pagaria de volta em breve. Ciente desses esquemas, a jovem passou a ignorá-lo. “O padrão de comportamento nesses casos é sempre o mesmo: primeiro ganha-se confiança para então pedir dinheiro”, diz.
Essa modalidade de crime não existe apenas na Rússia – uma pessoa recebe e-mails onde é convidada a pagar uma quantia relativamente pequena para obter benefícios enormes (e inexistentes). Esses golpes ficaram conhecidos como ‘e-mails do príncipe nigeriano’, pois muitas vezes mencionam membros da família real da Nigéria.
Uma carta que andou rodando pela internet russa chegou a virar meme de tão sem cabimento. Os autores desse esquema redigiram um documento em nome de Bakare Tunde, “o irmão de Abaka Tunde, o primeiro astronauta nigeriano”.
Segundo os criminosos, Abaka Tunde teria sido enviado para órbita em uma nave espacial soviética em 1990, mas ficou preso depois que a URSS entrou em colapso, em 1991. “Os soviéticos não conseguiram transferi-lo de volta à Terra!”, lê-se.
Os fraudadores pediam então às pessoas que ajudassem a trazer o astronauta de volta ao planeta pela “mera quantia de US$ 3 milhões”.
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