1. Dmitry Safronov: Dois recordes em atletismo de 100 e 200 metros entre atletas com deficiência locomotora
Dmitry Safronov após vencer e bater novo recorde mundial em Tóquio
Kim Price/CSM via ZUMA Wire/TASSQuando criança, Dmitry Safronov, um rapaz de 25 anos com paralisia cerebral da região de Nijegorod, tinha dificuldade a cada passo que dava. Apesar do diagnóstico, sua mãe Elena inscreveu o garoto no atletismo - porque, segundo ela, o esporte o ajudava a se adaptar à vida entre os outros e a superar barreiras.
Em 2016, Safronov conquistou o ouro nos campeonatos de atletismo de curta distância na Europa. Recentemente, em Tóquio, conquistou duas medalhas de ouro nos 100 e 200 metros de atletismo entre atletas com deficiência locomotora e ainda estabeleceu novos recordes mundiais.
“É tudo como um borrão, só me lembro do início, como alcancei o atleta ucraniano, disparei a partir da curva e, em seguida, a linha de chegada, ninguém ao meu redor e eu erguendo minhas mãos na vitória. Mas é sempre assim comigo - focar no objetivo, em passar a linha de chegada e mais nada. E depois, no final, é só felicidade e orgulho em ter meu recorde de volta e meu nome ao lado dele ”, disse Safronov à agência de notícias Tass.
2. Mikhail Astashov: Recorde mundial no ciclismo entre atletas com lesões musculoesqueléticas
Medalhista de ouro em Tóquio Mikhail Astashov
Kiyoshi Ota/Getty ImagesMikhail Astashov nasceu sem braços nem pernas. Seus pais o abandonaram, fazendo com que ele passasse os primeiros quatro anos na Buriátia, antes de se mudar para um centro de reabilitação. Quando Astashov completou 16 anos, seus pais recuperaram a sua custódia. Ele então morou com eles por um tempo na Buriátia e, em 2016, mudou-se para Iekaterimburgo para treinar como triatleta com um técnico chamado Vladímir Alipov. Naquela época, Astashov já treinava natação há algum tempo, além de jogar vôlei e badminton.
Em 2018, o jovem atleta conquistou uma vitória nos campeonatos internacionais IRONSTAR ao vencer a Copa Russa várias vezes na categoria 100 metros peito para pessoas com deficiência e outra vez no triatlo.
Em 2020, Astashov decidiu trabalhar um dia como entregador de comida, usando suas próteses para se locomover. A ideia era superar o medo de se encontrar com estranhos e desafiar os preconceitos que cercam as pessoas com deficiência.
“Quando eu ando na rua, muitas vezes vejo dedos apontados para mim. Eu queria mostrar que não era ‘deficiente’, que posso trabalhar onde e como quem quiser ”, disse ele a e1.ru
Em maio de 2021, Astashov venceu o Campeonato Russo de ciclismo para indivíduos com capacidade limitada, e depois conquistou duas medalhas de ouro nas Paralimpíadas de Tóquio - um deles na pista de 3.000 metros, estabelecendo um novo recorde mundial, e outra na corrida de rua de 16 quilômetros.
“Sou eternamente grato a Deus, à minha família, a todos que não desistiram de mim e a tudo que me aconteceu no caminho para essas medalhas... Vou me esforçar para continuar inspirando e sendo inspirado por todos e tudo na minha trajetória de vida. Porque os heróis estão entre nós e cada um de nós pode se tornar um”, declarou.
3. Evgeny Torsunov: Novo recorde de salto em distância masculino paralímpico entre atletas com lesões no sistema musculoesquelético
Evgeny Torsunov nas Paralimpíadas de Tóquio
Carmen Mandato/Getty ImagesEvgeny Torsunov nasceu na região de Perm em 1990 com o diagnóstico de paralisia cerebral. Gostava muito de computadores e TI desde criança, formando-se em segurança cibernética pela Universidade Perm em 2014.
Torsunov começou a praticar atletismo um ano antes da formaturia e passou a participar de campeonatos contra outros atletas com lesões no sistema musculoesquelético.
Hoje, ele é bicampeão mundial. No início da carreira, em junho de 2016, o atleta bateu o recorde mundial de salto em distância com a marca de 5,93 metros. Em Tóquio, ele estabeleceu um novo recorde paralímpico, com 5,76 metros.
“Estou muito feliz por ter vencido hoje, estou incrivelmente feliz! Este é o resultado do trabalho feito com meu treinador, é nossa conquista compartilhada”, disse Torsunov após a vitória.
4. Valeriya Shabalina. Recorde mundial de natação na categoria de 100 metros entre mulheres com deficiência intelectual
Shabalina com medalha de ouro conquistada nos 200m individual feminino medley
Lintao Zhang/Getty ImagesApesar de ter sido diagnosticada com várias deficiências intelectuais diferentes, Valeriya Shabalina, de 26 anos, de Tcheliábinsk, pratica patinação artística e ginástica rítmica desde os cinco anos de idade. Aos sete anos, os médicos a aconselharam a nadar para ajudar com os tremores nos músculos das pernas, e a reabilitação se tornou uma parte importante de sua vida.
Em 2015, Shabalina já era bicampeã mundial e tricampeã europeia. A jovem também conquistou três ouros em Tóquio este ano: nos 100 metros borboleta, 200 metros livre e 200 metros medley individual na classificação SM14. Ela também venceu uma medalha de prata nos 100 metros nado costas e conseguiu estabelecer um novo recorde mundial em sua primeira competição nas Paralimpíadas.
“Posso facilmente me dar um ‘A’ neste torneio. A prova mais difícil? O medley individual de 200 metros foi duro, tinha adversárias sérias lá, mas eu ganhei delas”, disse a atleta, em júbilo, após a vitória.
5. Denis Gnezdilov: Recordes mundiais de arremesso de peso na categoria masculina de altura inferior a 130 cm
Denis Gnezdilov celebra vitória após quebrar recorde no arremeso de peso, em Tóquio
Dean Mouhtaropoulos/Getty ImagesAo contrário da grande maioria dos atletas, Denis Gnezdilov, 34, começou a praticar esportes aos 19 anos. Antes, o futuro campeão trabalhava na porta de uma boate de Sochi. Ele começou então a praticar levantamento de peso e largou o emprego, decidido a se dedicar mais ao esporte. Pouco depois, foi apresentado por um amigo ao famoso técnico de atletismo russo Nikolai Kolodko, que começou a treiná-lo no levantamento de peso. No entanto, depois de sucessos derrotas em campeonatos, Denis fez a transição para o arremesso de peso.
Já na nova modalidade, foi campeão russo várias vezes, antes de ganhar o ouro no campeonato mundial de 2019.
Em Tóquio, Gnezdilov estabeleceu um novo recorde mundial em sua primeira tentativa, com um arremesso de 11,02 metros. Sua performance quase foi prejudicada pelo iraquiano Garra Tnayash, que marcou 11,15 metros. No entanto, Gnezdilov saiu vitorioso após seu segundo arremessso, de 11,16 metros, batendo um novo recorde mundial e conquistando a medalha ouro.
“Não vou dizer que minha última tentativa foi bonita, apenas joguei o mais forte que pude, depois gritei pra valer... Eu dizia a mim mesmo todo dia: 'Você é um campeão, você vai lá e pegará o ouro. Eu escrevia no meu caderno”, contou Gnezdilov à Tass.
O atleta pretende continuar praticando esportes e tem planos de participar das Paralimpíadas de Verão de 2024, em Paris. “Preciso continuar trabalhando, não estou relaxando. Tenho 34 anos, mas sinto que tenho 25, estou me mantendo em forma, trabalhando minhas habilidades. E sim, vou para Paris”, acrescentou o arremessador.
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