Lithuanian girls in national dresses, 1984.
L. Raskin/SputnikOs territórios bálticos, com suas populações letã, lituana e estoniana, sempre gozaram de status especial – tanto durante o Império Russo como na URSS. As autoridades soviéticas sempre tentaram levar em conta as circunstâncias históricas e econômicas especiais dessa região europeia, que era tão diferente do resto do país.
Uma parcela maior do capital do país foi injetada no desenvolvimento do potencial dessa região. Até mesmo as reformas radicais do período soviético foram aplicadas com mais cautela. Com isso, o padrão de vida nas três repúblicas era mais alto que o resto da URSS, com salários duas ou três vezes maiores em relação ao resto do país, e a sensação de menos déficit em termos de produtos, roupas e outros itens.
Nas ruas do centro de Riga, 1968
Svirídova/SputnikPärnu, na Estônia, 1979
Iúri Abrámotchkin/russiainphoto.ruNas ruas de Vilnius, 1967
Antanas Sutkus/МАММ/МDFVilnius, 1981
Vsevolod Tarasévitch/МАММ/МDFBar Old Thomas em Tallinn, 1968
S.Migdal/SputnikO spa soviético
Milhões de pessoas de todo o país preferiam anualmente passar férias na costa do mar Báltico, pelos seus benefícios à saúde e melhores resorts, encontrados sobretudo em Jūrmala, na Letônia, e em Palanga, na Lituânia. A cidade estoniana de Pärnu tinha até mesmo um spa próprio dedicado aos cosmonautas.
Jūrmala, 1984
Boris Kolésnikov/TASSTuristas em uma das praias de Jūrmala, 1975
Zhan Graubits, Aleksandr Ovtchínnikov/TASSTuristas socializando no café ao ar livre Juras Perle em Jūrmala, 1983
Imant Predelis/TASSJūrmala, 1983
Imant Predelis/TASSPalanga, 1986
Algirdas Sabalyauskas,Kyastutis Yankauskas/TASSA soviética gringa
Como apenas uma minoria da população soviética podia se dar ao luxo de deixar o país em férias, os Estados bálticos se tornaram uma espécie de símbolo de “férias no exterior” na Europa – ganhando, em russo, um termo próprio, “zagranitsa” – um substantivo inventado combinando as palavras “za granitsei” (“além” e “fronteira”). Nos bálticos, os turistas soviéticos poderiam vislumbrar os estilos arquitetônicos da Alemanha, Suécia e Lituânia, caminhar pelas ruas estreitas de Riga, Vilnius e Tallinn e visitar os castelos medievais no estilo da Europa Ocidental.
Quando, por ventura, surgia a necessidade de mostrar como era a vida no exterior nos filmes soviéticos, era ali que os diretores iam filmar. A versão soviética do famoso apartamento de Sherlock Holmes em Baker Street, em Londres, foi rodada em Riga.
Riga na década de 1980
МАММ/МDFTallinn em 1964
Arquivo de Vladímir KarlovIgreja de Santa Teresa em Vilnius, década de 1970
Arquivo de Vladímir KarlovVista da cidade velha de Tallinn a partir de um ponto de observação, 1979
Vladímir Pérventsev/SputnikPraça da Câmara Municipal em Tallinn, 1983
Aleksei Fedoseiev/SputnikCastelo da ilha de Trakai, 1983
Boris Kavachkin/TASSCastelo da ilha de Trakai, década de 1960
Víktor Gõrkin/МАММ/МDFCentro industrial do país
Nos tempos soviéticos, os Bálticos se transformaram em um dos maiores centros industriais do país. Algumas fábricas e tecidos superaram outras regiões, alcançando o status de número um da União Soviética. Entre elas, por exemplo, estava a Fábrica Eletrotécnica Estatal de Riga (VEF), que em certo ponto fornecia eletrônicos a todo o país; e a fábrica de vidro em Līvāni, que estava entre as maiores de toda a URSS.
Grupo de projetistas da Fábrica de Automóveis de Riga (RAF), que participou da fabricação de carros para as Olimpíadas de 1980
Vladímir Bogatirev/SputnikFábrica de computadores Lênin Vilnius, 1973
Nikita Kozlóvski/MAMM/MDFÁrea de produtos acabados da Planta de Escavadeira de Tallinn, 1969
A. Varfolomeev/SputnikFábrica de Instrumentação Elétrica de Vilnius, 1978
Marionas Baranauskas/TASSOperários na Fábrica de Fibras Artificiais de Kaunas, 1977
Boris Kavachkin, Algis PalenisPorta de entrada para o Ocidente
Na verdade, foram os portos do Báltico – e não de Leningrado ou de Kaliningrado – que eram considerados os portões da URSS para a Europa.
Eles lidavam com a maior parte das remessas de mercadorias soviéticas e até lançaram alguns soviéticos sortudos em suas primeiras viagens de cruzeiro aos mares Báltico, do Norte e Mediterrâneo.
Artistas fazendo esboços no porto de Riga, 1976
Solovjev/SputnikCais do porto de passageiros em Tallinn, 1970
Aleksandr Makarov/SputnikTerminal marítimo em Tallinn, 1973
Salmre/SputnikPorto comercial de Tallinn, 1979
Iúri Abrámotchkin/SputnikApoio a culturas nacionais
A mitologia dos povos bálticos, a literatura clássica da Letônia, Lituânia e Estônia e as obras “ideologicamente compatíveis” dos autores soviéticos-bálticos eram muitas vezes traduzidas para o russo, com centenas de milhares edições impressas e distribuídas nas livrarias e bibliotecas do país, de Kaliningrado até Vladivostok.
Celebrações luxuosas e grandes canções, envolvendo milhares de artistas, vestidos em trajes nacionais, eram uma tradição nessas repúblicas desde o século 20 – e permaneceram assim durante o período soviético. Além disso, o governo não poupava verba para a construção de palcos e locais para realização desses eventos. O único porém era que costumavam ser realizados em homenagem a um feriado com temática comunista, como o aniversário de Lênin ou a celebração da Revolução Russa.
Conjunto de música e dança lituano Lietuva, 1974
Iúri Sadovnikov/МАММ/МDFFestival de Música e Dança em Riga, 1970
Tikhonov/SputnikGarota com traje nacional da Letônia à beira-mar de Riga, 1983
Ian TikhonovCoral feminino se apresentando em Festival de Música em Tallinn, 1969
A. Varfolomeev/SputnikFestival de Música e Dança em Tallinn, 1976
Oleg Makarov/SputnikConjunto de Música e Dança da Universidade de Vilnius, 1974
T.Zhebrauskas, Viktor Sadtchikov/TASSArquitetura soviética nos bálticos
Assim como o resto do país, os Estados Bálticos estavam repletos de prédios de apartamentos uniformes com a aparência de blocos. No entanto, havia também verdadeiras obras-primas da arquitetura soviética, e elas não arruinavam o aspecto medieval dessas cidades – muitas vezes, adicionavam e harmonizavam com as construções antigas. Foi assim que um dos “arranha-céus de Stálin” – a Academia de Ciências da Letônia – se tornou um dos símbolos de Riga.
Este edifício recebeu status de patrimônio cultural do Conselho da Europa em 2003, como um monumento à arquitetura do século 20.
Ferreiros, alunos da escola profissional nº 13 em Riga, 1975
Petrúkhin/SputnikTorre de Gediminas em Vilnius, década de 1980
Aleksandr Abaza/MAMM/MDFPonte estaiada sobre o rio Daugava, Riga, 1984
V. Kriukov/SputnikHotel Klaipeda, 1985
Boris Kavachkin/TASS‘Conselho de veteranos’ Lazdinai, em Vilnius, 1985
Boris Kavachkin/TASSVista da praça da estação em Riga, 1975
Iúri Zhiltukhin/TASSSpa resort lituano Pusinas, em Druskininkai
Vladímir Gulévitch/TASSA vida como ela era
Porto de Tallinn, 1948
Vadim BunkinUniversidade de Tartu, na década de 1960
Vsevolod Tarassévitch/МАММ/МDFInspetora de trânsito Era Kuznetsova com a filha, Riga, 1973
Ozersky/SputnikCozinha na Riga soviética, 1974
Ian TíkhonovGarotas em Vilnius, década de 1980
Mikhail DachévskiFãs de heavy metal em Tallinn, nos anos 1980
Gueórgi Rozov/МАММ/МDFTributo à memória de mortos em batalha no cemitério militar de Vilnius, 1987
Boris Kavachkin, Algirdas Sabalyauskas/TASSVendedor em Tallinn, 1987
Arquivo de Pável SukharevVarredores de chaminé sobre telhado em Tallinn, 1984
S. Lidov/SputnikLEIA TAMBÉM: Como os Países Bálticos ajudaram a derrubar a União Soviética?
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