A história de que Moscou foi construída sobre sete colinas começou a circular entre os séculos 15 e 16, mais ou menos na mesma época em que se dizia também, com bastante repercussão, que Moscou era “a terceira Roma”. Foi Filoteu, um monge influente na Idade Média, que, referindo-se a Moscou e Constantinopla, disse: “duas Romas caíram, uma terceira permanece, e não haverá uma quarta.”
Moscou era principal cidade do Estado russo na época e era frequentemente considerada a “sucessora do Império Romano”. Para alimentar as associações entre as duas cidades, havia ainda a ideia de que ambas tinham sido construídas sobre sete colinas.
Na época, Moscou crescia rapidamente sobre elevações naturais. A cidade não era tão grande então, mas tinha dimensões suficientes para que a associação com Roma funcionasse. No século 16, os moscovitas pesquisaram a cidade e contabilizaram nela sete colinas ou montes.
A colina mais alta e mais importante de Moscou é a que abriga o Kremlin. O monte Borovítski alcançava 145 metros acima do nível do mar e era mais íngreme nos tempos antigos que hoje. Ele foi nivelado justamente durante a construção do Kremlin.
O nome desta colina provém da frase “o diabo a cavou” — ao que parece, era assim que os habitantes locais se referiam a ela devido a um riacho sinuoso que a serpenteava. A colina Tchertolski não foi preservada e no lugar dela hoje ficam a Catedral de Cristo Salvador e a rua Volkhonka.
Esta terceira colina ficava ao redor do Parque Zariádie (em Kitái-Górod), mas hoje também não existe mais. Antigamente, ela era chamada de Pskóvskaia Górka porque era uma área popular entre as pessoas vinham da cidade de Pskov, no oeste da Rússia. O nome antigo da área só existe hoje inscrito na Igreja de São Jorge, o Vitorioso, no Monte Pskov.
Você provavelmente já viu este monte em fotos. Ele é o quarto maior do centro de Moscou e fica no local onde o rio Iauza deságua no rio Moscou. Seu nome histórico é Monte Vchivaia ou Chvivaia.
Alguns séculos atrás, os viajantes que iam a Moscou já se postavam ali para admirar a vista que se abria desta colina. Hoje, ela abriga um dos edifícios mais famosos da cidade, um arranha-céu no passeio Kotelnitcheskaia.
A Ivánovskaia Górka fica no bairro de Kitái-Górod (também chamado de Kulichki, apelido dado a lugares pantanosos na Rússia). Vestígios de seu nome histórico são preservados pelas travessas Bolchói Pereúlok e Máli Ivánovski Pereúlok, assim como pelo belíssimo Mosteiro Ivánovo, do século 15.
Como você deve saber, “vermelho” em russo costumava ser sinônimo da palavra “lindo” e, além da Praça Vermelha em Moscou (que antes significava “Praça Linda”, portanto), também existe um “Monte Vermelho”.
Outro topônimo antigo dessa elevação é Monte Strástnoi (da Paixão), já que o Mosteiro de Strástnoi ficava no topo dele, até ser demolido, em 1937. Em seu lugar, perto da estação de metrô Púchkinskaia, há agora um monumento ao grande poeta russo Aleksandr Púchkin.
Hoje, a casa Pachkov, branca como a neve, fica nesta colina, perto da estação de metrô Borovítskaia. O topônimo permanece no nome da travessa, Starovagankovski Perúlok, que fica localizada atrás da casa Pachkov.
Novas colinas
Sparrow (Vorobievy) Hills.
Legion MediaCuriosamente, como Moscou aumentou muito no período soviético, os nomes das sete colinas principais mudaram. Em vez de Starovagankovski, Pskov e Ivánovski, novos topônimos surgiram nos livros de história da cidade: Monte Sretênski (também chamado de Sukharevski), perto do metrô Sukharevskaia; Três Colinas (“Tri Góri”), no distrito de Presnenski; assim como as Montanhas Lênin (hoje chamadas de Vorobiôvi ou “dos Pardais”).
Hoje, geógrafos moscovitas incluem à lista a Poklônnaia Gorá, localizada na zona oeste da cidade, e o Monte Teplostanskaia, que fica na zona sul da cidade e é seu ponto mais alto, com 255 metros de altura.
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