5 motivos para visitar o Cáucaso do Norte

Legion Media
Uma das regiões mais diversas da Rússia é também uma das mais negligenciadas pelos turistas. Aqui estão cinco razões pelas quais você deve considerar esse destino.

Ao falar do sul da Rússia, a maioria dos turistas pensa em Sochi ou outros pontos de acesso costeiros. Embora esses locais valham a pena a visita, outra opção é explorar as maravilhas curiosas e complexas do Cáucaso do Norte.

A diversidade da região é impressionante – ainda há mais de uma dúzia de idiomas em uso – e, por isso, pode ser difícil saber por onde começar. Mas, por meio do guia a seguir, o Russia Beyond dá dicas dos melhores lugares para ir numa primeira visita: 

Piscinas termais na montanha, Piatigorsk

Nosso primeiro destaque é uma série de piscinas termais espalhadas ao longo de uma colina nos extremos de Piatigorsk, região de Stavropol, que é centro administrativo do Distrito Federal do Cáucaso do Norte.

As fontes termais são uma das maiores atrações de toda a região. As comunidades locais capitalizam o fenômeno, com spas e resorts próprios. Mas o que torna as piscinas de Piatigorsk únicas é que não são monitoradas e ficam abertas a todos.*

Cientes do rio termal que desce a montanha, os moradores construíram uma série de pequenas piscinas (geralmente usando sacos de areia ou outras estruturas improvisadas) para represar a água na descida. O resultado é uma série de piscinas dispostas verticalmente, cada qual cabendo de 1 a 3 pessoas por vez.

Mas não é porque existem várias delas que não ficam lotadas. A qualquer hora do dia, há jovens, aposentados ou famílias relaxando e apreciando a vista. Claro que as mais populares são as piscinas mais altas: afinal, ao se banhar nas mais baixas, estará provavelmente recebendo um pouco da água que já foi usada por todos lá de cima.

*Embora a natureza não supervisionada das fontes termais resulte em um passeio no espontâneo e cheio de aventuras, use o bom senso ao pensar na segurança e consulte seu médico se tiver alguma dúvida sobre a permanência prolongado em águas termais.

Mesquita Coração da Tchetchênia, Grózni

Dizer que a República da Tchetchênia tem uma história conturbada é um eufemismo. A região passou por duas guerras e vários movimentos de insurgência nos anos 1990 e início da década de 2000. Mas o turismo está voltando lentamente, com cada vez mais russos e estrangeiros dispostos a conhecer a famosa natureza e cultura da região.

Um dos símbolos mais interessantes da história e das contradições dessa república russa é a Mesquita do Coração da Tchetchênia, no centro de Grózni, capital regional. Oficialmente chamada Mesquita Akhmad Kadirov (em homenagem ao pai de Ramzan Kadirov, que é atual presidente da república), tem um espaço interno de oração capaz de acomodar até 10.000 fiéis. A arquitetura combina design antigo com modernidades e sugere a Tchetchênia como ponto de intersecção entre os mundos islâmico e eslavo.

De acordo com Kadirov, em publicação no Instagram, o governo tchetcheno está superando a si mesmo – isto porque, em agosto passado, uma mesquita ainda maior foi construída nos arredores de Grózni. O novo templo leva o nome do profeta Maomé e pode acomodar mais de 30.000 fiéis.

Encostas do Monte Elbrus, República de Kabardino-Balkária

A montanha mais alta da Europa. Uma das Sete Cúpulas do mundo. A barreira literal na fronteira caucasiana entre a Europa e a Ásia. O que falar sobre o Elbrus que ainda não foi dito?

Não muito, para falar a verdade. No entanto, um dos pontos altos dessa experiência não é a montanha em si – mas os teleféricos que ajudam os turistas a alcançar o topo do Elbrus sem suar a camisa.

O que torna esses veículos únicos é o quão alto pode-se chegar em pouco tempo. A distância é muito alto para um único trilho, portanto, é preciso trocar de teleférico em vários pontos para chegar à estação “Mir”, que em russo significa tanto “mundo” quanto para “paz”. A partir dali, respire fundo o ar das montanhas e aprecie a neve (mesmo no verão), bem como a vista de uma das montanhas mais altas do mundo.

Mas os teleféricos não são a única atração peculiar: procure os serviços de um guia local para fazer trilhas longe de muvuca.

Cidade dos Mortos, Dargavs

Talvez o local mais remoto desta lista. Chegar a Dargavs, localizada na República da Ossétia do Norte-Alânia, exige sair totalmente da estrada. A logística complicada, porém, traz uma grande recompensa: embora o vilarejo de Dargavs não tenha muito do que se gabar, a necrópole nos limites da cidade é uma lembrança assustadora da longa história da região (que fez parte da vizinha Inguchétia por séculos).

As criptas têm a forma de casas brancas abandonadas e misteriosas – a  mais antiga delas remonta ao século 16. Elas estão dispostas em uma formação semelhante a uma cidade, o que deu origem ao apelido “cidade dos mortos”.

Não há muitos turistas, mas os que visitam a região podem andar entre as criptas e ouvir superstições e lendas locais. Uma dessas crenças é que os poços diante das criptas são uma maneira de descobrir se a alma enterrada alcançou o céu ou não. Se soltar uma moeda e ela atingir uma pedra perto do fundo do poço, é um bom sinal.

Fortaleza de Naryn-Kala, Derbente

Acredita-se que Derbente, a segunda maior cidade da República do Daguestão, seja uma das mais antigas da Rússia. É possível encontrar ali sinais de assentamentos humanos de mais de 5.000 anos, mas o destaque fica com o complexo da Fortaleza de Naryn-Kala, construído pelos persas ainda no século 6.

Erguido na época em que o Império Sassânida precisava se defender dos nômades turcos do norte, Naryn-Kala fazia parte de uma série de 40 quilômetros de fortificações chamadas Dag-Bary (“parede de montanhas”). Em determinado momento, foi conquistada pelo Califado Omíada, e toda a região acabou sendo convertida ao islã. Os persas conseguiram recuperar a fortaleza, até que, no século 19, tornou-se parte do Império Russo, junto com o resto do Cáucaso do Norte.

A fortaleza é uma metáfora para a região inteira: sobreviveu séculos de invasão, conversão religiosa, mudança de fronteiras e alterações geopolíticas – mas está de pé.

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