Existem oito ecossistemas na Rússia, de florestas impenetráveis a desertos. Mas os maiores são a taiga e a tundra, que se espalham por todo o país. Qual a diferença entre eles?
Taiga é a maior zona da Rússia em comprimento e largura. Abrange o território de Pskov a Magadan. Este ecossistema consiste principalmente de árvores coníferas e pântanos: a taiga do norte do país tem mais pinheiros, enquanto a parte sul da floresta é ocupada por abetos. É aqui que vivem urso-pardos, veados, cervos-almiscarados-siberianos e o tigre-de-Amur. Mas, quem visita a taiga no verão, definitivamente encontra o representante mais assustador da vida selvagem russa: ácaros, mutucas e mosquitos gigantes chamados ‘gnoos’ na Rússia.
Muitas cidades famosas da Sibéria e dos Urais são cercadas por taiga, incluindo Kemerovo, Krasnoiarsk, Perm e Tobolsk. Mas é melhor não ir muito à fundo na floresta, sobretudo quando se está sozinho.
No entanto, em diferentes partes da Rússia, existem muitos parques nacionais para os entusiastas da natureza e para aqueles que gostam de se distanciar um pouco da civilização.
Acampamento, pescaria, passeios de barco, conversas na fogueira da noite – é assim que muitos russos passam as férias.
A zona da tundra está localizada no norte da taiga – aproximadamente onde o Ártico começa. Existem poucas árvores na região, e elas são em sua maioria de pequeno porte. Mais ao norte, essas árvores são substituídas por arbustos, musgos e líquenes.
Mas isso não significa que não existam lugares bonitos na tundra. Os diversos cânions, morros, cachoeiras e lagos fazem os visitantes se apaixonarem à primeira vista. O Planalto de Putorana e a Península de Kola são o sonho de muitos viajantes.
E não é porque não existem árvores que não seja difícil se perder na tundra. Isso é uma ilusão. O terreno plano sem fim que se estende por centenas de quilômetros é desorientador, especialmente pela primeira vez.
Na tundra, a luz é difusa e há uma característica óptica curiosa: objetos longínquos parecem próximos, mas pequenas folhas e montículos se apresentam grandes e distantes. Tempestades magnéticas são frequentes, o que dificulta o uso não apenas de aparelhos modernos, mas também de bússolas magnéticas mais antigas. Além disso, durante os dias e noites polares do Ártico, é impossível navegar se guiando pelas estrelas e pelo Sol. Por outro lado, durante os dias polares, é possível caminhar o tempo todo sem lanternas.
Turistas experientes e moradores locais podem seguir as trilhas, pois elas persistem mesmo depois da tempestade. Existem poucas ruas e estradas nessas áreas – apenas direções.
A agricultura na tundra é um processo complexo, mas os humanos se adaptam a qualquer coisa. Há cidades maiores como Norilsk, Dudinka, Murmansk, Salekhard, Narian-Mar, Vorkuta, onde milhares de pessoas vivem e trabalham. Na tundra, existem muitos minerais, incluindo minério de ferro, carvão e metais não ferrosos.
A tundra também é habitada fora das cidades – via de regra, os povos indígenas que historicamente se envolveram na criação de renas vivem nessa região da Rússia: evenques, khanti, mansi, tchuktchi, nenets, dolgans.
As renas são os animais mais populosos da tundra, assim como as raposas-do-Ártico, que costumam entrar em áreas residenciais, como vira-latas do norte.
Não há contraste nítido na natureza separando um ecossistema de outro. Assim, as florestas de taiga não são imediatamente substituídas por líquenes. Isso acontece gradualmente: quanto mais ao norte, mais baixas vão ficando as árvores, há menos pântanos e mais solo pedregoso.
Esta faixa de fronteira é chamada de tundra florestal. Parece uma floresta de coníferas, com pântanos e lagos e uma abundante quantidade de musgo. Estende-se por 20 a 100 quilômetros ao longo do norte da Rússia e resulta numa paisagem pitoresca.
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